sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ados ao Inferno

Porque esses ados corrompem nosso cerebelo?
Retardado, lesado, namorado, apaixonado
Qual a real necessidade disso?

Estes ados, edos, idos, odos, udos
São todos imundos
Incompreensivos e nocivos

E porque não corromper nossa mente?
Qual a precisão de ter uma cabeça sadia?
Quero é mesmo a idiotice e a sentimentalidade!

23-11-2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


 Negligência

Intenso em doses únicas
Vontades incontroláveis
Auto destruição massificada
Liberdade desperdiçada

Beberrão por compulsões
Que possuem raízes profundas
E a ideia de uma vida desregrada
Vivendo numa regra

Sabedoria fútil
Idiotices que pairam sobre
Um ser (in)compreendido por alguém
Ou que nem deseja isso

(10-09-2012)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Inexpressividade

Permissivo só porque não tento
conter as maldades do outro
Politicamente correto é igual
a liberdade de expressão?
E viver como alguém revoltado,
que na verdade pode ser apenas mais
um reprodutor de ideias.
Achar normal a vontade de cada
indivíduo ser feliz, e ao mesmo tempo
me restringir por comoção.
Dor, anarquia e frustração,
são comparados a futilidades .
Sem pensar na nossa vida alheia
e normatizada pelo linguajar próprio a mim.

(2012 - Casa de Juh)

terça-feira, 4 de setembro de 2012


Caricaturas de um belo eu

Ao observar pela janela do ônibus,
Percebo amargura, ódio e raiva.
E noto que vejo o meu reflexo,
Num enfoque inteligível.

Esta pletora de sentimentos
Sempre a me rondar
Me fazendo entender  o que pensou que sou,
Mesmo sabendo a hipocrisia,
Dessa suposição descabida.

Emoções intensificadas,
Por vivências inenarráveis e
Experiências abstratas.

Como explicar essa face deformada
Por melancolias intensas,
E para que compreender esse nada que me compõe.

(04-09-2012)


Sepulcros desenterrados


O fim de semana chega (sexta à noite), e Orlando como sempre deseja sair com seus amigos para curtir suas experiências desmesuradas, que acredita ser únicas, ou é simplesmente a repetição de uma vida monótona.

No mesmo local em que costuma beber a goles intensos as suas dolorosas, porém divertidas experiências, nota uma pessoa que fez parte de um passado inominável, e um presente indescritível. É Arthur, um homem cujo olhar lançado em Orlando, consegue lhe fazer sentir um misto de sentimentos: desde um desejo incontrolável de beijar os seus lábios adocicados até uma vontade de chorar todas as suas mágoas e frustrações. Os dois não percebem o quanto as situações mais corriqueiras transformam suas vidas em sofrimento e felicidade.

A partir daquela noite em que se despediam de um amigo em comum, algo mudou completamente, já não podia continuar a permanência de um passado incompreendido. Logo após, Orlando e Arthur encontraram – se novamente e não havia mais como negar, os dois se atraíam apenas pela necessidade de se tocarem mais uma vez, e tentar entender que o que sentiam um pelo outro não mudara. E, sim, o que haviam construído, um pelo outro, permanecera intacto. Orlando diz:

- Eu não estou apaixonado por você, porque nada verdade Eu te amo! Pois, consegui rejeitar qualquer tormenta para estar do seu lado.

E os olhos de Arthur brilharam como se ele tivesse avistado a existência de um paraíso.

Em um sábado com uma chuva daquelas que mesmo sem te tocar lavam seu âmago, os dois se encontravam no apartamento de Arthur, a beber drinques e escutar canções melancólicas que apenas aumentavam a cumplicidade daquelas duas almas, que permaneciam unidas de alguma forma inexplicável.

Orlando e Arthur continuam a buscar uma liberdade (em todas as possibilidades significativas que surgem entre os dois), que por vezes é difícil de controlar, mas, nela se encontram plenamente esse dois rapazes.


(04-09-2012)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Noite embriagada


Ele entrou tímido no recinto e pensou:
- Todos me observam
Enquanto a plateia curtia o show de algo que nem sabia que era bom; mas, ao estar lá percebeu que algo não era seu, ou era, ficou a perguntar-se.
Chega um estranho chamado Brando, que finge ser um ator de qualquer comédia e pede-lhe que dê um sorriso, pensando que o que vê é a beleza inata; sem notar ínfimas diferenças.
Diferenças a parte, a vontade de falar com o cara novo explodia no seu peito; mesmo se sentido desvairado, depois de dançar a noite toda no local que escolhera por malícia. E ele fala com Brando:
- Ei! Que vontade de te sentir em mim.
- Mesmo sabendo que não estou afim. Explorar tudo em mim é nocivo, mas, é interessante.
Os dois se sentam, proseando sobre um passado próximo, que compartilham comumente, da forma mais simplista. Certos de que se entendo mutuamente era melhor; logo chega um moreno cabisbaixo e roto, chamado Aldo, que diz interessar-se por ele e não por Brando:
- Eu gosto de você!
- Aldo, deixe de loucura – disse Gabriel.
Logos os três se entreolham e notam que fidelidade é a persistência para o nada; pois, os mesmos queriam nada mais do que carícias, ou uma foda a três que pudesse situá-los em si. O que foi um ménage à troi, poderia ser apenas três colegas experimentando o que queriam...
No inverno os dois se aproximaram mais, mesmo sentindo que o terceiro, Brando, poderia completá-los; sentir falta foi algo posterior, os dois viviam o nada e o tudo da mesma forma. A convivência tornou-se evidente para que percebia, e ao cair da neve perceberam que nada seria o mesmo, no calor extremo viviam situações conflituantes e únicas, e se amavam certos de que o certo era errado comumente.

(Março - 2012)

Semelhanças entre o nada e você


Ser o que você não é,
Cabelos da puberdade escorrendo em teu nariz
Olhos destroçados pelos sentimentos ambíguos
Homens caminhando
Desfilando seus rebolados
Um eu catatônico remoendo braços
Pensando em passados inexistentes
Cadê aqueles que vivem comigo?
Como está o eu que convive com este ser?
Chatice demasiada? Pieguice total?
Nus abstratos de uma pessoa que se
Despiu completamente.
Fantasia de um louco bêbado
Pensando que pode ser qualquer coisa
Julgar outrem de forma pitoresca percebendo
semelhanças entre o nada e você, doer o que se sente
mesmo sendo mentira
Imaginar que sua competência é igual a dormir
Notadamente o que você fala,
Sente ou vê é ridículo.

A morte é uma vivência abstrata
Lhe dizem isso o tempo todo, certo
De que você vai superar o nada
Mesmo sabendo que sua concepção
De qualquer coisa é certo ou
Errado na perspectiva de que o
Que eu penso é idiotice
Ser você mesmo é uma forma
Que outras pessoas hipócritas
Têm de dizer que você é fraco,
Ou que o proposto por você
Só é vivenciado por aqueles que te querem;
E que outrem fode com você,
depois goza branca e puramente na sua cara, fingindo
que nada é tão importante quanto ele
Cedo é pensado que nascer contribui
para uma vida patética.

(Março - 2012)


Luzes entorpecentes


Torturar-se mediante luzes entorpecentes,
Pairando sobre seu estômago vazio,
Querendo preencher esse buraco em sua mente,
Sonhando com algo doentio.

Beber em busca de prazeres superficiais,
Com a cabeça atolada em ideologias ocas.
Supondo fantasias eróticas – carnais,
Parecendo uma fina moça.

Como suplantar fatalidades vãs,
Vivenciando esquinas matinais,
Comungando da matilha alheia,
A sugar leite dos divãs.

(30/05/2012)